Ponto de esclarecimento e de discussão sobre a verdadeira influência da religião na Comunidade e na Política, no panorama nacional e internacional. Este blog surgiu no âmbito do trabalho da área curricular Área de Projecto de um grupo de alunos do 12º ano da Escola Secundária de Santa Maria da Feira.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Fogo sobre Zapatero


Em carta divulgada, no dia 1 de Fevereiro, os bispos apelaram à população espanhola a não votar no Partido Socialista (PSOE) nas eleições de 9 de Março, envolvendo-se assim na campanha eleitoral para as legislativas. Os bispos exortaram a população a votar num partido onde os programas eleitorais são compatíveis com a fé e a exigência da vida cristã, o Partido Popular (PP), mais conservador.

Nesta carta os bispos criticam a política levada a cabo pelos socialistas a nível dos casamentos homossexuais, defendendo a família fundada no casamento, e não noutras formas de união e que os conceitos de esposo e esposa, marido e mulher já só têm valor poético. Os bispos censuram a tentativa de negociações por parte do Governo (PSOE) com a ETA.

Esta carta rejeita a lei do aborto que se encontra em vigor há duas décadas e que o PSOE se comprometeu a rever se ganhasse as legislativas, pois a Igreja defende o direito da vida em todas as circunstâncias. Os bispos apontam ainda um dedo acusador contra a política educativa do PSOE que introduziu a educação cívica como disciplina obrigatória, defendendo que isso destrói o direito de os pais educarem os filhos segundo os seus princípios morais.
Por último, esta carta denuncia as dificuldades para a introdução do estudo livre da religião católica nos programas da escola pública, defendendo um grande pacto do Estado para garantir a liberdade do ensino e uma educação de qualidade para todos.

Fonte: El Periódico de Catalunya
Autor: Antonio M. Yagüe
Data: 01.03.2008

quinta-feira, 6 de março de 2008

Defesa da lei islâmica gera críticas a líder anglicano


Em declarações, através de uma entrevista à BBC, o arcebispo da Cantuária, líder da Igreja Anglicana da Grã-Bretanha, Rowan Williams, referiu a necessidade de a lei britânica e a sociedade adoptarem certos aspectos da lei islâmica (a sharia, código legal e social que tem por objectivo orientar os comportamentos dos muçulmanos) sendo, de facto, "inevitável" essa situação.



"O princípio de que existe apenas uma lei para todos é um pilar da nossa identidade como democracia ocidental. Mas acho que é um equívoco supor que as pessoas não tenham outras crenças que conformam e ditam como elas se comportam na sociedade" ;

"A lei precisa levar isto em conta." ;

"Ninguém em sã consciência gostaria de ver neste país o tipo de desumanidade que às vezes é associada à prática da lei em alguns países islâmicos: as punições extremas, assim como a atitude em relação às mulheres." ;

"uma abordagem da lei que simplesmente diga 'só existe uma lei para todos' é um tanto perigosa" ;

"Existe espaço para encontrar o que seria uma acomodação construtiva com alguns aspectos da lei islâmica, como já existe com alguns aspectos das leis religiosas", foram as palavras do líder anglicano que lamentou, ainda, que os cidadãos muçulmanos tenham de escolher entre "a fidelidade cultural e a fidelidade ao Estado", estas afirmações geraram, prontamente, diverso tipo de reacções, quer dos cidadãos comuns quer do próprio poder político.



Por parte do governo britânico as reacções foram imediatas, afirmando que "as leis britânicas devem se basear nos valores britânicos" (porta-voz de Gordon Brown), "a adoção da lei islâmica criaria um caos social na Grã-Bretanha" (ministro da cultura, Andy Burnham) bem como por parte da oposição, "Williams parece sugerir que deveria haver dois sistemas legais funcionando lado a lado, quase em paralelo, e que as pessoas tenham a possibilidade de optar por um ou por outro. Isso é inaceitável." (porta-voz do Partido Conservador, Baronesa Warsi), contando com várias mensagens de oposição por parte de vários movimentos e cidadãos britânicos mais conservadores.

Já por parte das comunidades religiosas muçulmanas na Grã-Bretanha, admitem a preocupação criada por parte dos ocidentais devido às punições extremas que são aplicadas pelos países com legislação islâmica mas afirmam que "os muçulmanos se sentiriam bastante confortáveis se o governo permitisse que os seus assuntos civis fossem resolvidos segundo a sua fé"; "Estamos a falar da aplicação de apenas um pequeno aspecto da sharia para famílias muçulmanas, em assuntos como casamento, divórcio, herança, custódia das crianças e daí em diante." e que, por fim, "Vamos debater o assunto. É muito complexo. Não é tão simples quanto dizer que teremos um sistema legal aqui.", elogiando as declarações do arcebispo anglicano.